Artista: Gerty Saruê
Título: Dominó
Ano: 2019
Técnica: Serigrafia
Medida: 87 x 56 cm
Assinada no verso
Tiragem: Prova de Artista
Valor sob consulta através do email canteiro.artecontemporânea@gmail.com
Nascida em Viena, em 1930, Gerty Saruê fugiu do regime nazista aos nove anos, indo morar na Bolívia. Em 1954, muda-se para São Paulo acompanhada dos filhos e do marido, reencontrando a cidade grande que havia deixado quando pequena. Gerty acompanha o crescimento desenfreado da metrópole como uma testemunha ocular apaixonada pelas máquinas do mundo: engrenagens que fazem o corpo respirar. O contexto urbano, a cultura de massa e a sociedade industrial terão, desde o início, papel fundamental em seu fazer artístico.
Apesar de sua produção começar apenas em solo brasileiro, ela já demonstrava interesse pelas artes visuais na Bolívia, mas lhe faltavam oportunidades de estudar o assunto. No Brasil, Gerty então fará cursos de rápida duração de estética e história da arte com Anatol Rosenfeld, também estudará pintura com Yolanda Mohalyi e Henrique Boese. Em 1964, faz sua primeira exposição onde apresenta guaches na Galeria Convívio, em São Paulo. Além da prática de desenho, ela passa a pesquisar e realizar as assemblages e monotipias.
Gerty participaria de salões e bienais, como a IX Bienal de São Paulo, em 1967, e a seguinte, em 1969. A década de 1970 marcará a consolidação de sua carreira, tendo uma de suas exposições um texto de apresentação escrito por Mario Schenberg. Além disso, iniciará as numerosas parcerias ao lado do artista Antonio Lizárraga, enquanto ele era o responsável por projetos gráficos de livros importantes, Gerty ilustrava-os. Um deles era Panaroma do Finnegans Wake, de Augusto e Haroldo de Campos. A respeito do trabalho de Gerty, Haroldo escrevera: “Não se trata de ilustrações, mas de uma verdadeira tentativa de tradução inter-semiótica.”
A parceria com Lizárraga se repetiria em 1973,  junto do qual colaborou no trabalho Metrópole, exposto na XII Bienal de São Paulo. Dois anos depois, Gerty Saruê participará pela primeira vez do Panoramas da Arte Atual Brasileira, no MAM São Paulo, apresentando uma instalação. Até o fim dos anos 1990, sua produção é frequentemente pautada pelo uso da fotografia analógica, de cópias eletrostáticas, impressões offset, cópias heliográficas e plotagens. Na década seguinte, passa a trabalhar com mais intensidade utilizando-se do computador e do processamento eletrônico de informações. Pode-se percorrer sua obra por uma linha historiográfica dos meios de reprodução da imagem: o pensamento gráfico em articulação com a reprodutibilidade técnica e os concomitantes progressos da atividade industrial.
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