CURSO COM RICARDO BASBAUM
Título: Antes e depois do artista-etc
Mediador: Ricardo Basbaum
Caráter: Grupo de Estudos
Formato: Remoto
Título: Antes e depois do artista-etc
Mediador: Ricardo Basbaum
Caráter: Grupo de Estudos
Formato: Remoto
Descritivo:
Através de um conjunto de 4 conversas, precedidas por um encontro aberto, este curso propõe a problematizar e debater algumas questões que atravessam o campo da arte contemporânea, percebido como um conjunto de práticas que articulam, ao mesmo tempo, procedimentos visuais, sonoros e discursivos.
Através de um conjunto de 4 conversas, precedidas por um encontro aberto, este curso propõe a problematizar e debater algumas questões que atravessam o campo da arte contemporânea, percebido como um conjunto de práticas que articulam, ao mesmo tempo, procedimentos visuais, sonoros e discursivos.
Cada um dos encontros irá construir aproximações a diferentes aspectos desta discussão, abrindo os problemas e construindo questões em conjunto. Serão abordados temas em torno de (1) “a imagem do artista”, (2) “institucionalidades transversais”, (3) “as artes conceituais e conceitualistas” e (4) “coletivos, historiografias, teorias e marcas autorais”.
Trata-se de promover o encontro e entrechoque dos campos sensorial e conceitual, trazendo o desafio de construir movimento através de sistemas materiais e imateriais, sob a possibilidade de constante revezamento.
Programa:
02 de julho - encontro aberto: apresentação
09 de julho – (1) a imagem do artista
Quem ou o que é o artista? Qualquer circuito de arte estabelece contínuas negociações e conflitos em torno da permanente administração e produção de uma ‘imagem do artista’, em dinâmicas que envolvem agentes variados, seja no processo de fabricação das obras (em que se produz um agente autoral), seja junto ao mercado – onde a comercialização do trabalho é também a venda de uma ‘imagem do artista’. É possível pensar “que artista se quer ser” ou esta dinâmica é mesmo algo que sobrevém como ‘captura’ frente à qual não há reação?
16 de julho – (2) institucionalidades transversais
O campo da arte é atravessado por institucionalidades variadas, envolvendo os agentes de um circuito – fabricar obras, fazê-las circular, construir mediações e produzir valor são operações marcadas por gestos instituintes e institucionais, seja em torno da rede institucional dominante, seja através da invenção de instituições, em diversos graus de autonomia e independência. Seria possível atravessar e aderir a estes processos e ainda buscar alguma autonomia referente às poéticas e questões trazidas nas ações e intervenções propostas? Ou a radicalidade da intervenção deveria ser seguida da invenção de novas institucionalidades e instituições?
23 de julho – (3) as artes conceituais e conceitualistas
Em suas muitas modalidades e modos de organização, a dimensão conceitual da arte contemporânea implica em diversos modos de entrelaçamento do campo discursivo com a produção de dispositivos e obras. Ao lado da experiência de embate com a obra de arte, pode-se falar também da “fenomenologia do conceito” e da “experiência da pergunta”. Torna-se importante reconhecer a dimensão conceitual da arte contemporânea enquanto seu principal aspecto político, assim como sua mais decisiva ferramenta operacional – sobretudo quando se tem, hoje, a consciência de multiplicidades epistêmicas e diferentes cosmovisões, a serem tomadas como frentes de transformação conceitualista.
30 de julho – (4) coletivos, historiografias, teorias e marcas autorais
O campo da arte é um território de ação coletiva e de instauração radical de um território comum e compartilhado – a partir de seus vários públicos, comunidades e segmentos. Entre indivíduo e grupo, emergem formas de ação e subjetividades coletivas, produzindo formas de pensar e marcas autorais conjuntas. Em tempos de automatismos, nuvens e controle de dados, torna-se importante a construção de zonas de contato e membranas que se abrem para além de bolhas e hábitos, produzindo registros de diferença e estratégias fabulatórias para invenção de futuros.
Dias da semana: quartas-feiras
Horário: 19 às 22 h
Carga horária total: 15 h
Início: 02 de julho
Término: 30 de julho
À quem se destina: artistas de todas as áreas e demais interessados em arte
contemporânea
Requisito dos participantes: artistas e demais interessados em arte contemporânea com
familiaridade com os debates atuais
Inscrição até dia: 27 de junho
Valor: R$400,00
Forma de pagamento: PIX
Programa de bolsas: 2 bolsas integrais para pessoas não brancas, LGBTQIAPN+ ou PCD
Minibio:
Ricardo Basbaum (São Paulo, 1961). Vive e trabalha no Rio de Janeiro.
Artista, pesquisador e escritor, participa regularmente de exposições e projetos desde 1981. Atua a partir da investigação da arte como dispositivo de relação e articulação entre experiência sensória, sociabilidade e linguagem realizando também obras participativas e coletivas. Produz instalações, objetos, esculturas, desenhos, diagramas, textos, performances, fotografias, vídeos e peças sonoras, a partir de diversas séries em desdobramento contínuo.
Exposições individuais recentes incluem AH! OH! (Le 19 Crac, Montbéliard, 2025), O que é...? (Marli Matsumoto Arte Contemporânea, 2024), subhidroinfraentre (Galeria Jaqueline Martins, São Paulo, 2021), Você gostaria de participar de uma experiência artística? (Dragão do Mar, Fortaleza, 2018) e re-projecting (london) (The Showroom, Londres, 2013). Em Diagramas (Centro Galego de Arte Contemporánea, Santiago de Compostela, 2013), apresentou uma antologia de seus diagramas. Participou da 30ª e 25ª Bienal de São Paulo (2002, 2012) e da documenta 12 (2007). Teve seu trabalho incluído no 35º Panorama da Arte Brasileira (MAM-SP, 2017), Free Collection Displays (New Tate Modern, London, 2016) e na 20ª Bienal de Sydney (2016), entre outras exposições e eventos.
Publicou Diagrams, 1994 – ongoing (Errant Bodies Press, 2016). Autor de Manual do artista-etc (Azougue, 2013; Miño y Davila, 2023) e Além da pureza visual (Zouk, 2006). Organizou a coletânea Arte Contemporânea Brasileira – textura, dicções, ficções, estratégias (Contracapa, 2001; Hedra/Circuito, 2021).
Professor Titular-Livre do Departamento de Arte da Universidade Federal Fluminense, onde atua como pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Estudos Contemporâneos das Artes (PPGCA-UFF), com atuação também junto ao Programa em Pós-Graduação em Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGARTES-UERJ).
Professor Visitante da Universidade de Chicago (2013). Artista Residente da Audain Gallery (Vancouver, 2014). Em 2021 desenvolveu projetos como Artista Visitante na University of Illinois Urbana-Champaign.
