Digerir a cultura, do museu moderno à aprendizagem de máquina
com Gabriel Menotti, German Alfonso Nunez e Fernando Velázquez
Cada vez mais, museus e galerias parecem estar se abrindo a práticas culturais antes consideradas forasteiras. Esse processo se reflete em projetos curatoriais comprometidos em ampliar a participação de sujeitos marginalizados, reproduzir uma maior diversidade estética e colocar antigos cânones em questão. Não obstante, nossos modelos de atuação institucional ainda têm variado muito pouco. Mudam os temas e os trabalhos, mas as formas de partilha seguem presas a vícios de totalização e impermeabilidade típicos da modernidade ocidental. Haja visto o modo como tokens não-fungíveis (NFTs) serviram para incorporar processos digitais ao mercado de arte por meio da sua domesticação. É possível digerir novas e velhas formas culturais sem pasteurizá-las? Nesse bate-papo, os pesquisadores Gabriel Menotti e German Alfonso Nunez evocam o projeto editorial do livro 'Tradições Improváveis: Documentos, Inventários e Tentativas da Mídia Arte no Brasil' para ponderar com o artista Fernando Velazquez sobre sistemas de aculturação e apagamento, dos museus às ferramentas generativas baseadas em aprendizagem maquínica.
Data: 12.09.23
Horário
19:30 h - abertura das portas
Evento gratuito
Gabriel Menotti é professor no Departamento de Cinema e Mídia da Queen’s University, emOntário. Atua como curador de diferentes formas de cinema, mídia, e artedigital. É doutor em Mídia e Comunicação por Goldsmiths, University of London,e pela PUC-SP. Já teve trabalhos apresentados em eventos como a Bienal de SãoPaulo, festival transmediale, e Centro Georges Pompidou. Publicou extensivamentesobre imagem e tecnologia no Brasil e no exterior. Coordena a rede de pesquisas Besidesthe Screen e o projeto de investigação Museu Sem Paredes, sobre museusvirtuais. Atualmente organiza a coletânea Unlikely Traditions:Documents, Inventories and Reports From Brazilian Media Arts com GermanAlfonso Nunez.
German Alfonso Nunez é PhD em história da arte pela University of the Arts London e foi pós-doutor na FFLCH-USP e Stanford University, com bolsa de pesquisa da FAPESP. Estuda o campo artístico brasileiro no segundo pós-guerra, com ênfase na história social das novas práticas e instituições que surgem no período. Recentemente tem desenvolvido pesquisa no Museu de Arte Moderna de São Paulo e é organizador do futuro livro que comemora os 75 anos do museu.
Fernando Velázquez é artista, curador e professor. Investiga os dispositivos técnicos enquanto agentes mediadores da percepção e na sua relação estruturante dos paradigmas vigentes, particularmente o tecnosolucionismo, o antropoceno e os estudos decoloniais. Seu trabalho inclui instalações, objetos, vídeos, performances audiovisuais e imagens criadas com recursos algorítmicos que buscam envolver o espectador em narrativas paradoxais, hiperbólicas e ritualísticas. É Mestre em Moda, Arte e Cultura (Senac-SP), e pós graduado em Video e Tecnologias On e Off-line (Mecad/Esdi), e em Gestão Cultural Contemporânea (Itaú Cultural/Singularidades). Participou de exposições como Mundo de redes (Centre Pompidou, França, 2022), The Matter of Photography in the Americas (Cantor Arts Center, Stanford University, EUA, 2018), Emoção Art.Ficial, Bienal de Arte y Tecnologia (Itaú Cultural, Brasil, 2012), Bienal do Mercosul (Brasil, 2009), Mapping Festival (Suíça, 2011), WRO Biennale (Polônia 2011) e o Pocket Film Festival (Centre Pompidou, Paris, 2007). Recebeu dentre outros, os Fundos para a Cultura (Uruguai, 2019), o Prêmio Sergio Motta de Arte e Tecnologia (Brasil, 2009), Prêmio Mídias Locativas Arte.Mov (Brasil, 2008) e o Vida Artificial (Espanha, 2008) e realizou residências no Ircam/Pompidou e no MC93´ ambos em Paris. Tem ministrado aulas, conferências e oficinas em instituições e festivais como Cyberfest (São Petersburgo, Rússia), Naustruch (Sabadell, Espanha), Visiones Sonoras (Morelia, México), Stony Brook University (Nova York, EUA), Universidad Católica (Montevidéu, Uruguai), Universidade da Flórida (Gainsville, EUA), Universidad de los Andes (Bogotá, Colômbia), Queen's University (Kingston, Canada) e UFBA, UFES, UFG, UFRGS, UFRJ, UFMG, FAAP, PUC-SP e Senac-SP no Brasil. Como curador, destacam-se suas exposições Adrenalina e Periscópio. Entre 2015 e 2018 foi curador e diretor artístico do Red Bull Station de São Paulo. Atualmente é professor da pós EAD em Arte Contemporânea a audiovisual expandido da FAAP/Uol.
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