Ateliê de Psicanálise e Arte | Do coletivo ao singular
com Flavia Corpas e Marcela Schwab

Desde a sua fundação por Freud, no despontar do século XX, a psicanálise se viu intimamente marcada pela arte. Os desdobramentos desta articulação, não sem tensão, reverberam até nossos dias, produzindo importantes efeitos sobre ambos os campos.

Será a partir da leitura de obras da psicanálise e da arte, que se dará o trabalho no ateliê, concedendo-nos, assim, chaves de leitura possíveis para tal articulação. A partir das discussões teóricas, um trabalho prático se iniciará, tendo como norte os atravessamentos e inquietações que tais reflexões produziram em cada um.

O método de trabalho se inspira no modo de funcionamento de um dispositivo muito específico proposto por Jacques Lacan, o cartel, que aposta em um trabalho coletivo rumo ao singular. Distinto do grupo de estudos, um cartel propõe - dentre outras coisas que estariam mais referidas a sua função e lugar dentro do campo da psicanálise e da formação do analista - uma relação outra com o saber, que implica o desejo de cada participante e uma questão específica que irá nortear sua participação. É importante, portanto, que cada um possa circunscrever uma questão, gerando um produto final, que pode ser a elaboração de uma obra, em diferentes suportes, ou um texto, que integrarão a mostra final no Canteiro, como encerramento do processo.

Os participantes serão convidados a elaborar registros reflexivos — em forma de textos, imagens ou anotações — que integrarão um Diário de Percurso de seu processo. Este diário terá como função documentar e dar visibilidade aos atravessamentos subjetivos e teóricos surgidos no processo de acompanhamento, bem como reunir um registro do processo dos participantes para a criação do produto final. Sobre o funcionamento durante os encontros, alguns temas e textos serão trabalhados no grupo maior composto por todos os participantes. Por outro lado, pequenos grupos de trabalho, reunidos a partir de interesses comuns, também serão formados e acompanhados de perto pelas mediadoras. Nestes pequenos grupos se dará, mais especificamente, o desenvolvimento da questão de cada participante e a elaboração do produto final, que comporá a exposição que encerra as atividades do ateliê.

Formato presencial
Dias da semana: Segundas-feiras
Horário: 19:30 às 22:30h
Carga horária total: 48h
Início: 09 de março
Término: 22 de junho
Mostra de encerramento: entre os dias 17 e 27 de junho

À quem se destina: artistas, psicanalistas e público em geral interessado na articulação
entre arte e psicanálise e também que desejem iniciar ou fundamentar práticas artísticas

Valor: quatro parcelas de R$ 490,00
Inscrição até dia: 27 de fevereiro
Programa de bolsas: 1 bolsa de 80% para pessoas não brancas, LGBTQIAP+ ou PCD
Capacidade de participantes: 12
Marcela Schwab é formada em Artes Visuais, com especialização em Gestão Cultural
pela PUC-SP. Possui experiência sólida como studio manager, além de atuar no
acompanhamento de processos de criação e na orientação de artistas, com foco na
produção material. Sua trajetória inclui passagens por galeria de arte e instituição cultural,
experiências que ampliaram sua perspectiva sobre os circuitos da arte, os processos de
mediação e os atravessamentos entre criação, linguagem e mercado. Trabalha na
construção de percursos para artistas, articulando elaboração conceitual, produção e
estratégias de viabilização.
Flavia Corpas é curadora de artes visuais, psicanalista atuando em consultório particular
e pesquisadora nas áreas de arte contemporânea, psicanálise, feminismo e saúde
mental. Doutora em Psicologia Clínica pela PUC-Rio, com pós-doutorado em Ciência da
Literatura e mestrado em Psiquiatria e Saúde Mental pela UFRJ, desenvolve desde 2005
pesquisas sobre a obra de Arthur Bispo do Rosario — tema de sua tese, de livros
organizados e de documentários dirigidos por ela. Mestre em Psiquiatria e Saúde Mental
pela UFRJ e graduada em Psicologia pela UERJ, além de formada em Dança
Contemporânea pelo Centro de Estudo do Movimento Espaço Novo, de Angel Vianna.
Fundadora da Livre Galeria (RJ), atua como curadora convidada e em projetos desde
2006 em instituições como Museu Bispo do Rosario, Oi Futuro, Caixa Cultural, Centro
Cultural dos Correios, Casa Fiat de Cultura, Galeria Luis Maluf e theBlank Gallery, entre
outras. Em 2024, assumiu a organização do Catálogo Raisonné de Bispo do Rosario.
Desde 2020, realiza acompanhamento singularizado de artistas. É professora do Curso
Livre de Arte e Psicanálise do Museu de Arte Moderna de São Paulo.
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